Em meio ao cenário efervescente das artes visuais contemporâneas, a artista Dani Maestrelo desponta como uma força criativa que transita entre o simbólico e o sensorial, utilizando-se de múltiplas linguagens para construir narrativas visuais densas, afetivas e poéticas. Com presença marcante em três exposições significativas no segundo semestre de 2025 — “Elementos”“Agulhando” e Artists Throughout the World – Award 2025” — sua trajetória recente revela não apenas consistência técnica, mas uma profunda conexão com temas essenciais da existência humana.

Na mostra “Elementos”, realizada na Casa Arapuá (Centro Artístico de Santo André), Dani Maestrelo apresenta obras que mergulham na ancestralidade da natureza. A exposição, que será inaugurada no dia 25 de setembro às 17h, propõe uma experiência sensorial e contemplativa, convidando o público a um reencontro com os elementos primordiais — água, fogo, terra e ar — como metáforas de estados emocionais, processos criativos e ciclos da vida.

A curadoria da Casa Arapuá promove um diálogo entre arte e natureza, incentivando uma leitura simbólica das obras expostas. Nesse contexto, o trabalho de Dani destaca-se por seu equilíbrio entre forma e fluidez, entre técnica e intuição. Utilizando materiais que remetem à organicidade e ao efêmero, suas obras não apenas representam os elementos naturais, mas os incorporam. Cada peça parece pulsar com a energia daquilo que não se vê, mas se sente — um vento ancestral, um silêncio úmido, uma chama interior.

Simultaneamente, Dani Maestrelo integra o elenco da exposição “Agulhando”, em cartaz no Centro Cultural Santo Amaro, em São Paulo, de 16 de setembro a 16 de outubro. A mostra, com curadoria do renomado crítico e pesquisador Oscar D’Ambrosio, reúne artistas de diversas regiões do Brasil, que exploram a simbologia multifacetada da agulha.

Nesta exposição, a agulha é mais do que um objeto: é símbolo, ferramenta, metáfora. Ela costura memórias, conecta tempos, sutura feridas e propõe atravessamentos. D’Ambrosio provoca os artistas a pensar a agulha como dispositivo poético e filosófico — desde seu uso rudimentar no Paleolítico, até as práticas espirituais do candomblé e os rituais vodus.

A obra de Dani Maestrelo, inserida neste universo, ganha contornos de cura, resistência e transcendência. Suas peças dialogam com o feminino ancestral, com o trabalho manual como forma de reconexão espiritual e com a delicadeza do fazer artístico que exige paciência, repetição e entrega. Ao olhar para seu trabalho, o espectador é levado a refletir sobre os fios invisíveis que ligam corpo, memória e criação. É como se suas obras fossem orações silenciosas bordadas com o tempo.

A presença de Dani Maestrelo na edição brasileira do “ArtistsThroughout the World – Award 2025”, promovida pela Cia Arte Cultura e sediada no prestigiado Museu dos Correios, em Brasília, confirma a projeção internacional da artista. Esta é a primeira vez que o projeto, já realizado em vários países da Europa, desembarca no Brasil reunindo mais de 80 artistas de diferentes regiões do mundo, com curadoria compartilhada entre o Atelier Tsuru(Brasil), Espacio Gallery (Londres) e Imaginarge Gallery (Barcelona).

Entre os 54 artistas brasileiros selecionados, Dani representa uma vertente da arte que transcende modismos e busca, antes de tudo, um lugar de escuta e presença. Suas obras, ao lado de nomes consagrados e emergentes do Brasil e da Europa, encontram eco em um contexto multicultural e cosmopolita, demonstrando que sua linguagem visual é, ao mesmo tempo, profundamente local e universal.

A mostra ficará em cartaz de terça a domingo, em horários variados, até meados de outubro. Ao ocupar um espaço simbólico e institucional como o Museu dos Correios, Dani Maestrelo amplia sua visibilidade, mas também sua responsabilidade: levar ao público a potência de uma arte que é política sem ser panfletária, espiritual sem ser dogmática e estética sem ser superficial.

Dani Maestrelo não é uma artista que se acomoda em categorias fixas. Sua obra é fluida, multifacetada, permeada por camadas de sentidos. Ela é, antes de tudo, uma investigadora da forma como expressão da alma, e da matéria como extensão do corpo.

Seus trabalhos revelam um rigor técnico, sim, mas sobretudo uma sensibilidade aguçada para as sutilezas do cotidiano e do simbólico. Dani borda, pinta, recorta, ensaia silêncios visuais e oferece ao público experiências que não se encerram na primeira olhada. É preciso tempo, presença e escuta para se aproximar verdadeiramente de sua produção.

Mais do que uma artista plástica, Dani é uma contadora de histórias. Suas obras carregam narrativas íntimas, memórias costuradas, geografias afetivas. A cada exposição que participa, ela se reinventa, como quem entende que o fazer artístico é também um processo de autoconhecimento e cura.

O momento atual da carreira de Dani Maestrelo é de consolidação e expansão. Participando simultaneamente de três exposições de grande relevância — “Elementos”, “Agulhando” e “Artists Throughout the World – Award 2025” —, a artista mostra sua versatilidade e comprometimento com uma arte significativa, sensível e transformadora.

Seu trabalho, marcado por uma poética visual delicada e intensa, contribui para o fortalecimento do cenário artístico brasileiro, ao mesmo tempo em que projeta sua voz para além das fronteiras nacionais. Dani Maestrelo é, sem dúvida, uma artista em pleno florescimento, cuja trajetória merece ser acompanhada com atenção e entusiasmo.

Serviço:

Exposição “Elementos”
Local: Casa Arapuá – Centro Artístico de Santo André
Endereço: Avenida Industrial, 1740 – Santo André/SP
Abertura (vernissage): 25 de setembro, às 17h
Entrada gratuita

Exposição “Agulhando”
Local: Centro Cultural Santo Amaro
Endereço: Av. João Dias, 822 – São Paulo/SP
Período: 16 de setembro a 16 de outubro
Horário: Terça a sexta, das 10h às 22h

Exposição “Artists Throughout the World – Award 2025”
Local: Museu dos Correios
Endereço: Setor Comercial Sul, Quadra 4, Bloco A, nº 256 – Asa Sul, Brasília/DF
Horário: Terça a sexta-feira das 10h às 19h; Sábados, domingos e feriados das 13h às 17h 

Rafael Marques

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